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Coletivo De Mulheres Africanas-CMA – Coletivo de Mulheres Africanas – CMA http://cma.filosofiapop.com.br/index Thu, 07 May 2020 19:40:52 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.5.3 https://i0.wp.com/cma.filosofiapop.com.br/index/wp-content/uploads/2017/07/13567274_1572503636379904_3830831653250891817_n-e1500942915821.jpg?fit=32%2C32 Coletivo De Mulheres Africanas-CMA – Coletivo de Mulheres Africanas – CMA http://cma.filosofiapop.com.br/index 32 32 133276741 Sobre o dia internacional das mulheres- 08 de março. http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2020/05/07/sobre-o-dia-internacional-das-mulheres-08-de-marco/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2020/05/07/sobre-o-dia-internacional-das-mulheres-08-de-marco/#respond Thu, 07 May 2020 19:19:29 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=405 [...]]]>

Essa data não abrange todos os países do mundo, por essa razão acredito eu que não poderia ser considerada “internacional”. Essa não é apenas um dos motivos da discórdia no que diz respeito a data. Uma outra questão é a causa pelo qual se comemora. Vejamos:

Há quem diz que, entre o final do século XIX e o início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, a líder socialista alemã Clara Zetkin foi quem teve a ideia de criar o Dia da Mulher em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga. Tendo como objetivo no contexto das lutas feministas, melhorar as condições de vida e trabalho e pelo direito de voto.  Em alguns documentos conta-se que o dia 8 de março é a data que marca a ocorrência de grandes incêndios em fábricas e matou 146 trabalhadores. O mais conhecido desses incidentes é o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, que realmente ocorreu, em 25 de março de 1911, às 5 horas da tarde. 125 mulheres e 21 homens. A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes, judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos.

Copenhague, 1910. VIII Congresso da Internacional Socialista: na frente, Alexandra Kollontai e Clara Zetkin.

A acadêmica Eva Blay ressalta que “o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias desde algum tempo antes e foi ratificado com a proposta de Clara Zetkin.

Por outro lado, a historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González confirma que o incêndio da Triangle realmente ocorreu em 1911, no dia 25 de março – e não no dia 8, lembrando que 8 de março de 1911 foi um domingo, data improvável para a deflagração de uma greve. Em 1955, Liliane Kandel e Françoise Picq escreveram, que não há indícios de que tenha ocorrido e, pois, essas versões parecem ter sido criadas pela Union des Femmes Françaises, que tinham como finalidade converter a comemoração do Dia da Mulher em uma espécie de Dia das Mães, algo o que não enquadra de qualquer sentido de luta feminina, tal qual se tornara na URSS e nos países do bloco soviético. (BLAY, 2001).

Existem ainda várias versões, mas a mais contada é a do incêndio. Na Guiné Bissau o dia internacional das mulheres- 8 de março é comemorado com jogos organizados pelas mulheres de diferentes idades com o costume de dar aos homens a responsabilidade de cuidarem da casa, preparam o almoço, entre outros afazeres ditos “trabalhos das mulheres”.

Gostaria de lembrar que na Guiné-Bissau a maioria da população são mulheres. Porém são elas que ocupam lugares de baixo nível e fazem trabalhos com poucos benefícios. Sm contar com a grande responsabilidade que elas carregam de educar os filhos e cuidar da casa.

Por incrível que pareça, os homens acreditam que as mulheres só têm direito de abdicarem dos seus “trabalhos” apenas no dia 8 de março e que apenas nesse dia que eles (homens) podem limpar a casa, fazer o almoço, dar banho nos filhos/as, fazer compras etc.

Entre várias versões vistas e escritas sobre o motivo pelo qual essa data surgiu, em nenhum deles se justifica que as mulheres reivindicavam um dia de folga em 365 ou 366 dias do ano. O que quer dizer que o dia da mulher é todo dia. Que as mulheres não nascem para cuidarem do lar, do marido, da comida etc… elas podem descaçar em qualquer dia e se cansar com as papeladas no gabinete, com a montes de provas para corrigir, tentando sancionar um caso do seu cliente. Ou seja, ela pode cansar como professora, advogada, juíza, secretaria, entre outras funções ocupadas pelos homens e negadas às mulheres.

8 de março não é uma data comemorativa. Mas sim uma data que nos lembra que precisamos lutar para ter nossos espaços, ocupar lugares de privilégios, ser respeitada, ser livres, ter nossos direitos dentro e fora das nossas casas.

Na Guiné-Bissau a participação que as mulheres têm na sociedade é de muita relevância. O número de filhos e filhas criadas apenas pelas mães é bastante considerável. O que significa que elas são a base da educação dos filhos/as.

No que diz respeito a política, sabe-se que as mulheres desde o período colonial tiveram uma contribuição importante na luta armada e na alfabetização. Atualmente nota-se mais engajamento das mulheres na política. Vale ressaltar que essa participação tem dado resultados bastante positivos.

Graças a luta e o empenho das mulheres, a sociedade guineense tem alimentado, pois são elas que trabalham nas produções dos alimentos. A agricultura e o comércio têm funcionado graças a essas guerreiras, mães, educadoras.

Para finalizar, gostaria de lembrar mais uma vez que o dia 8 de março não é o dia para as mulheres descansarem. Mas sim é mais um dia para relembrar o porquê lutamos e pra o que lutamos. É mais um dia para dizer eu mereço estar onde os homens estão, mereço ser respeitada, mereço ser livre, mereço ser valorizada, tenho direito à escola, à voto, à um salário e emprego digno.

Por: CATIA MANUEL

REFERENCIAS:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_da_Mulher visto em 09/03/20.

Blay, Eva Alterman (2001). «8 de março: conquistas e controvérsias». Florianópolis. Revista Estudos Feministas. 9 (2). ISSN 1806-9584. doi:10.1590/S0104-026X2001000200016. Consultado em 7 de março de 2018.

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MULHER AFRICANA http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2019/07/22/mulher-africana/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2019/07/22/mulher-africana/#respond Mon, 22 Jul 2019 23:29:24 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=376 [...]]]> Tu és geradora da civilização africana

Tu és aquela que lutou lado, lado dos homens,

para libertar o continente africano

Tu és as duas faces da mesma moeda: a privada e a publica

Tu és batalhadora, guerreira e líder espiritual

Tu vives por si e por outras mulheres

Sempre estivesse no espaço publico

A liberdade nas suas veias te torna independente,

Que mesmo com correntes patriarcais,

Tu consegues caminhar

 Tu és o pilar da resistência de movimento pan-africana

 Resistencia é sua identidade Mulher,

A mulher africana é aquela que luta contra opressão e contra neocolonialismo.

Entre ser feminista ou Mulherista é apenas uma nomenclatura,

Para uma mulher que vem lutando e revolucionado a sociedade africana.

Para você o que realmente importa é viver numa sociedade justa.

Submissão não faz parte da sua linhagem matriarcal

A luta continua,

A luz no fundo do túnel do renascimento do matriarcado

Que volte o matriarcado, que volte o matriarcado,

Mulher africana, líder matriarcal,

 Que vive a vida liderando.

Naentrem Sanca

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Sofrida em silêncio http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/12/08/sofrida-em-silencio/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/12/08/sofrida-em-silencio/#comments Fri, 08 Dec 2017 04:04:51 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=227 [...]]]>

Uma vez ouvi dizer que são nossas escolhas que nos define, mas eu digo que nem sempre as nossas escolhas nos leva a liberdade ou a felicidade que todos nós procuramos. Essa história não é só minha, mas é de todas as mulheres que sofrem em silêncio.

Eu era a menina mais feliz do meu bairro, amada e respeitada desde as crianças até os mais velhos, ninguém me segurava. Eu gostava de dançar e de contar piadas, também gostava de cantar. Sou filha única dos meus pais, vim de família humilde e eu era livre que nem pássaro, podia pousar onde eu quisesse,até que um dia minha vida se tornou um verdadeiro inferno.

Na minha festa de 20 anos, conheci um rapaz, pelo qual me apaixonei, mais tarde agente se casou, foi aí que o terror começou! Eu nunca pensei que um dia minha vida daria essa reviravolta (sim sibi ba nkana casa). Tudo começou com gritos, até chegar nas pancadas, ele me batia só nas costas e na barriga, onde ninguém pudesse ver.

Na primeira vez que ele me bateu, horas depois me pediu desculpas, dizendo que não ia acontecer novamente, eu ingênua, acreditei em suas palavras.Menos de dois meses depois, me bateu novamente faze mesmo ritual de pedir desculpas “como eu não sabia que aquelas desculpas eram para me calar” e passou a ser constante.

Muitas das vezes eu chorava de boca fechada para que os meus vizinhos (nta burgunho) não escutassem meu choro. Ele me gritava: “Cala boca, se não vais apanhar mais!”. Eu não contava nada para ninguém, mesmo que me perguntassem.

_ olá Nadité, estás pálida que estás passando contigo?

_ nada, mana Andreia, estou só um pouco cansada.

Já não cantava e nem dançava mais, muito menos contava piada. Minha vida se tornou sem sal, a única coisa que me mantinha viva era falta de coragem de me matar e não é que não tentei, acredite, tentei várias vezes!

Havia dias em que eu acordava com vontade de ir embora e nunca mais voltar, mas não sei explicar o que me impedia de pegar o táxi, já não me reconhecia no espelho, olhava e não me reconhecia. Muitas das vezes, ele me batia até perder o fôlego e me deixava ali no chão. Eu, como um bicho, tremia sem poder pedir socorro.

Como eu poderia pensar que meu marido bateria em mim? (lágrimas)-Até chegar ao ponto de minha vida estar em risco. Não podia explicar algo para ele, que ele logo dizia que eu estava desafiando ele e já era motivo para ele me bater.

Quantas vezes ele dormia fora de casa. O contrário, não podia acontecer, pois se eu ficasse fora de casa sozinha, sem ele, era motivo para ele me bater. não podia andar com minhas amigas solteiras, porque ele as consideravam vagabundas. Assim, eu só podia andar com as amigas dele, que eram casadas.

Muitas das vezes ele falava mal de mim para seus amigos, mas eu não reclamava por medo de apanhar. Às vezes quando íamos para festas, apenas ele podia dançar com outras mulheres e eu não podia dançar com ninguém além dele, se eu o desafiasse, já sabia o que iria acontecer quando chegássemos em casa.

Quando estava em público fingia que era o melhor marido do mundo, fazia declarações de amor e me apertava sem que ninguém percebesse para que eu sorrisse, afim de fazer com que todo mundo pensasse que éramos o casal mais feliz ( nem tudo que brilha é ouro). Às vezes me pergunto que tipo de amor é esse? Lembro que uma vez contei para meu pai e ele não acreditou em mim.

__ meu pai, já não quero meu marido!

__ que absurdo estás a falar!

___ pai estou cansada de apanhar, não quero mais!

__ para de mentir, que o seu marido é um bom rapaz!

__ pai o senhor não o conhece da mesma forma que eu o conheço.Ele tem duas personalidades: uma em que ele posa de bom marido e a outra, que é a verdadeira

personalidade dele, um monstro.

— minha filha me escuta! Não sei quem está metendo essa coisa na sua cabeça, pois nós temos sorte de você ter se casado, isso mostra que és uma mulher de respeito.

Depois das palavras absurdas que meu pai me disse ( na época achava que meu pai tinha razão, porque acreditava que o respeito da mulher era o casamento.Voltei para casa e desisti de divorciar, porque que era o melhor a fazer na época.

Com tudo isso tinha uma vizinha que acompanhava a minha vida, mas nunca me perguntou de nada e nem me ofereceu apoio, até que um dia me chamou e me disse

__ Nadilé, porque permites que seu marido te maltrate desse jeito? Você não é propriedade dele, para deixar que ele faça o que bem quer contigo.

Essas palavras ficaram na minha mente (não importa se a sua palavra vai mudar a vida de uma pessoa ou não, mas vale a pena jogar a semente, e aquela mulher deixou uma semente na minha mente). Eu não parava de pensar naquelas palavras, até que um dia tomei a coragem e prometi para mim mesma que nunca mais iria levar uma surra do meu “marido”. Resolvi procurar por essa Mulher que se chamava Tchiquita.

_ boa, Tchiquita, tudo bem?

_ estou bem obrigada e você?

__ estou bem, não sei se a senhora tem um tempinho para agente conversar, é que estou precisando muito conversar contigo!

__ sim,minha querida pode falar, o que está te incomodando?

___ desde a nossa última conversa, não paro de pensar no que a senhora me falou!

__ Ah_sim,querida! como te falei,és dona da sua vida e nunca deixe nenhum homem te tornar propriedade dele. Caso precise de ajuda, estou aqui, mas aproveito para te convidar para nossas reuniões que acontecem todas as sextas-feiras, na Escola titina sila.

_ tudo bem vou comparecer sim, muito obrigada Tchiquita!

_de nada Nadile, pode contar sempre comigo!

Foi assim que comecei a frequentar as reuniões. Nas primeiras semanas, não falava nada, ouvia aquelas mulheres debatendo e procurando as melhores formas de se empoderar e como empoderar outras mulheres vítimas de violências física e moral nos espaços domésticos. Também debatiam sobre o machismo e sexismo que imperam nos espaços públicos, sobre classe e raça. Entretanto, eram tantas coisas! Cada semana era um tema diferente, mas cada dia que saía das reuniões, eu me sentia esperançosa e com vontade de lutar por mim mesma. Sabia que era a única pessoa que podia me salvar. Foi assim que decidi enfrentar o meu pai e a sociedade.

Depois de me divorciar, me tornei membro de grupo das mulheres feministas africanas, na qual venho trabalhando contra violência que atinge as mulheres.

Quero deixar uma mensagem para você que está lendo minha história: Jamais permita que ninguém te aprisione, nunca esconda que alguém está violentando você, não se sinta com vergonha, escolha sempre o caminho da voz, pois é onde sua força está, quebre o silêncio sempre que for necessário.

Naentrem Sanca 

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TE INCOMODO POR SER FEMINISTA AFRICANA? http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/11/20/te-incomodo-por-ser-feminista-africana/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/11/20/te-incomodo-por-ser-feminista-africana/#comments Mon, 20 Nov 2017 17:54:04 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=214 [...]]]>

Ser feminista é se posicionar diante de um problema emergencial, que afeta a vida das mulheres em África (e em outras partes do mundo). Segundo Chimamanda “A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. E é assim que devemos começar: precisamos criar nossas filhas de uma maneira diferente. Também precisamos criar nossos filhos de uma maneira diferente”.

Uma das críticas mais comum que venho enfrentado desde que tornei feminista é a seguinte: O feminismo não é africano ou vocês não vão levar coisa para o nosso paísessas críticas não só me insultam, porém insultam também as minhas ancestrais que lutaram lado, lado dos homens para libertar o nosso continente africano. Pois então as mulheres africanas não se auto denominavam como feministas, mas elas lutaram pela igualdade de gênero em todos os âmbitos, nos seus respectivos países e não só. Entretanto, sendo feminista africana tenho plena consciência que a terminologia “feminista” foi cunhada pelas mulheres brancas e de elite no ocidente, porém as razões e as finalidades da luta, em muitos aspecto são semelhantes, portanto, não quero unificar as demandas, por isso mesmo assumo uma africana feminista, para distinguir e pontuar as nossas particularidades.

O maior problema do privilegiado é se admitir, que está neste lugar porque ele cega as pessoas, meus irmãos não conseguem entender que não estou lutando contra eles, mas contra o sistema que oprime e explora, principalmente as mulheres, já ouvi várias vezes nos corredores  A imagem pode conter: 1 pessoa, sorrindo, em pé, céu, atividades ao ar livre e natureza

da universidade “ vais ser só feminista aqui no Brasil”, aí eu pergunto será que ser feminista na Guiné-Bissau é crime? se for assim serei condenada porque não vou me calar sabendo que as minhas Irmãs estão sendo violentada, enquanto as mulheres estão morrendo, e ou sendo estupradas, jamais deixarei de lutar pelas minhas manas e por mim.

Não passa um dia que uma mulher não morre ou que não é estuprada, por isso não posso dormir sabendo que não estou segura, muita das vezes me pergunto será que existe um lugar seguro para as mulheres? olho ao meu redor e vejo as notícias, concluo que não, não existe um lugar seguro.

A minha amiga teve um menino belíssimo. Durante a sua gravidez passou muito mal e ficou internada no hospital, não conseguiu apresentar o seu trabalho de TCC, quando teve a criança ficou 3 meses em casa, enquanto o seu namorado estudava todo mundo achava muito normal ninguém questionava ele, o porquê de estar sempre na universidade e não em casa para cuidar do filho? mas quando a minha amiga começou a frequentar a universidade e deixava a criança com o pai, todo mundo começou a perguntar cadê seu namorado? porque que você fica sempre aqui ele com criança? se fosse em Guiné você não faria isso? Se o filho é dos dois porque cobrar só uma parte? porque não comparar ambas partes? os dois estão estudando e os dois são pais, é o direito dos dois cuidarem da criança. Existem falas que tentam nos calar e que acabam reforçando os estereótipos que os homens africanos são opressores, eles precisam também começar a questionar o seu lugar dentro do sistema opressivo reforçado sobretudo pela colonização, afinal, são as suas mães, irmãs e esposas que também sofrem com esta situação alarmante.

Existe um afastamento dos meninos quando ouvem falar do feminismo ficam logo na defensiva, o feminismo africano sempre abriu as portas para os homens, acreditando que juntos derrubaremos esse sistema opressor, e que muitas vezes os homens não veem que são vítimas quanto nós mulheres, passam todo tempo se afirmando como homem e nem curtem o amor como seres humanos, se fecham para não mostrar os seus sentimentos, porque são ensinados que ter sentimento é coisa de mulher e que mesmo morrendo tem que permanecer “macho”. Ser feminista não é sinônimo de lutar contras os homens, e muito menos roubar o lugar dos homens.

Sou feminista sim, mas se isso te incomoda de alguma forma, o problema não está em mim, mas no seu medo de me ver bem ao lado de ti.  Acredito que juntos mudaremos o mundo, porque essa luta não é só de mulheres, mas de todas as pessoas que acreditam e que reconhecem que existe um grave problema de desigualdade de gênero, e deve ser combatida.

Naentrem Sanca

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Homenagem às Mulheres Santomense: 19 de Setembro http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/09/19/homenagem-as-mulheres-santomense-19-de-setembro/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/09/19/homenagem-as-mulheres-santomense-19-de-setembro/#comments Tue, 19 Sep 2017 18:00:40 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=194 [...]]]> No dia 19 de Setembro comemora-se o dia das mulheres santomense, pois foi nesse dia do ano de 1974 que as mulheres santomenses vestidas de preto, saíram para a rua numa manifestação contra o sistema colonial opressor, para reivindicar a independência do país, a manifestação teve fim em frente ao palácio do governador português.

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Desde sempre as mulheres estiveram na frente da luta da libertação nacional e empoderamento da mulher santomense. A data serve como reflexão de que as mulheres sempre tiveram e continuarão a fazer parte da história, é também uma data para pensar no papel da mulher na sociedade, nos mais variados papéis que ela desempenha.

Resultado de imagem para alda espirito santos

Atualmente as mulheres santomenses não se limitam apenas no espaço privado também estão no espaço público, pois são: engenheiras, enfermeiras, professoras, deputadas, militares, escritoras, cantoras, enfim elas estão onde querem estar. Ocupando cada vez mais lugares antes considerados inalcançáveis pelo gênero feminino.

No âmbito da comemoração da data que o Coletivo das Mulheres Africanas- CMA, entendendo a importância da emancipação e da solidariedade entre as mulheres, sendo que a luta individual de cada mulher é uma luta coletiva de todas mulheres africanas, por isso homenageamos todas as mulheres residentes em São Tomé e Príncipe e na diáspora e, principalmente as nossas ‘’ manas’’ residentes em São Francisco do Conde-Bahia.

Que esta data sirva de reflexão para todas as mulheres em especial as santomenses, para repensar nos variados problemas que ainda persistem e impedem a total emancipação da mulher santomense.

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A vida é toda sua! http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/09/02/a-vida-e-toda-sua/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/09/02/a-vida-e-toda-sua/#respond Sat, 02 Sep 2017 15:07:33 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=181 [...]]]> A vida é toda sua!

Seja sempre você!
Seja livre e solta!
Seja lanterna da sua vida!
Seja senhora do seu destino!
Não existe nada que possa te impedir de conseguir o que mais quer!

Corra atrás das coisas que desejas!

Nunca espera aprovação de um homem para fazer nada!
Acredita sempre na sua capacidade!

Você arrasa, você destrói muros, você é que manda!
Vá em frente lute com todas as garras a vida é toda sua

A vida é toda minha!
A vida é sua!
A vida é toda nossa!
Os machista que exploda,
porque nós arrasamos!
A vida é toda sua!

Naentrem Sanca

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Problema de Casal não se mete! http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/31/problema-de-casal-nao-se-mete/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/31/problema-de-casal-nao-se-mete/#respond Thu, 31 Aug 2017 01:49:26 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=178 [...]]]> Desde  que me conheço por gente, vim ouvindo essa frase “briga de casal não se mete colher”, pergunto quantas mulheres morreram por causa desta frase? quantas irmãs ficaram paraplégica por conta desta frase? não existe direito de violência de casal, não existe muro que nos impeça de meter colher, porém, devemos meter espada sempre que for necessário entretanto, devemos quebrar frases machistas e sexistas que aprisionam as mulheres e que as matam todos os dias.

 

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Muitas das vezes vimos um rapaz batendo na menina e passamos sem fazer nada e depois ouvimos que a menina morreu, mas, “problema de casal não se mete…”

Quantas vezes ouvimos o nosso vizinho espancando a sua mulher e aumentamos volume de tv porque, “problema de casal não se mete…”

Quantas vezes ouvimos a voz a menina pedindo socorro e passamos sem olhar e mais tarde descobrimos que era a nossa irmã a ser estuprada, mas, “briga de casal não se mete!” Não precisamos conhecer casal para meter, ou não devemos meter só porque é nossa irmã de sangue, mas devemos meter porque é problema de todos nós!

já ouvi também esta frase:

-Não vou me meter porque eles brigam, mas depois ficam de love, love e eu acabo como mentirosa.

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Não devemos desistir das nossas manas até conseguir salvá-las, porque na mente dela acha que ele a ama, porque se tem coisa que os agressores sabem fazer; é trazer flores depois da violência com lágrimas de arrependimento “lágrimas de crocodilo” e por outro lado, a nossa sociedade está construída na visão de que “homem pode tudo”, não é fácil já para quem tenta desconstruir essa sociedade e imagina agora para quem não tem noção que está sendo tratada como objeto, por isso, não devemos desistir uma da outra, vamos segurar nas mão das nossas manas sem largar até estarem seguras, tem um porém que sabemos que não existe lugar seguro para nós mulheres, além da nossa união e solenidade.

Naentrem Sanca

 

 

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Mulher Negra http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/09/mulher-negra/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/09/mulher-negra/#respond Wed, 09 Aug 2017 20:39:31 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=137 [...]]]> Negras se amem, se assumam, se respeitem, se atrevam, sejam ousadas e sejam corajosas, pois o mundo é para quem se atreve nele com coragem.
O mundo pode dizer não milhares de vezes, mas acredita: você mulher negra pode tudo!!! Nunca deixe que digam o contrário pois, somos: negras, inteligentes, guerreiras, lindas, empoderadas…
Viemos ao mundo para ocupar o lugar que é nosso, e esse lugar é onde nós quisermos!!! 

Dairine .L.T.C

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Coletivo de Mulheres Africanas celebra o dia da Mulher Africana- 31 de Julho. http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/05/coletivo-de-mulheres-africanas-celebra-o-dia-da-mulher-africana-31-de-julho/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/08/05/coletivo-de-mulheres-africanas-celebra-o-dia-da-mulher-africana-31-de-julho/#respond Sat, 05 Aug 2017 17:30:17 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=110 [...]]]> O Dia da Mulher Africana foi comemorado em São Francisco do Conde, no dia 31 julho, com atividades no auditório da UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, a partir das 09h. O evento teve como tema   “Os Desafios  das Epistemologia Africana na Equidade de Gênero “. Palestrantes- Joselda Umbelina e Janica lopes.

O evento é uma realização do Coletivo de Mulheres Africanas e conta com o apoio da UNILAB e da Secretaria Municipal de Direitos Humanos.

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Angela Davis na UFBA – “Atravessando o tempo e construindo o futuro da luta contra o racismo” http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/07/27/nova-postagem/ http://cma.filosofiapop.com.br/index/index.php/2017/07/27/nova-postagem/#respond Thu, 27 Jul 2017 18:22:58 +0000 http://cma.filosofiapop.com.br/index/?p=65

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